Tema do programa Tempo de Paz do dia 03de abril de 2010.
AMOR AO DINHEIRO
Fernando Martinez, 2003-02-01
AMOR AO DINHEIRO
Assevera-se com frequência ser o dinheiro a causa de todos os males, porém isso não corresponde rigorosamente à verdade.
Afirmam as Escrituras Sagradas (versão Almeida) o seguinte: “Porque o amor do (1) dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” (2) Na tradução interconfessional em português corrente (A Boa Nova) lê-se: “A raiz de todos os males é a ganância do dinheiro. Levados por ela, muitos perderam a fé e meteram-se em grandes aflições.”
Com efeito, é o amor ao dinheiro, a ganância (a avareza, como traduz Figueiredo), a raiz ou origem de todos os males, ou, ainda, “o primeiro passo em direcção a todos os tipos de pecado,” como consta na versão parafrástica Bíblia Viva.
Quando o vil metal ocupa, no coração do homem, o lugar de senhor em vez de servo, via de regra isso ocasiona sérios prejuízos sobretudo à própria pessoa.
Está escrito no Antigo Testamento, muitos séculos antes da vinda de Cristo à Terra, a fim de encarnar e expiar os pecados do ser humano: “O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda: também isto é vaidade.” (3) Disse alguém que o dinheiro é como a água salgada: quanto mais se bebe, mais sede se tem.
O apóstolo Paulo escreve contra os heréticos do seu tempo que cuidavam ser a piedade causa de lucro: “Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.” (4)
No seu comentário às palavras de Paulo, o Dr. Russell N. Champlin diz: “Há o grande perigo que os ricos ficarão tão ocupados com suas possessões materiais, que não lhes restarão nem o tempo nem a energia para meditarem sobre o mundo vindouro, e desse modo venham a perder as riquezas autênticas, isto é, a vida eterna.” (5)
Indivíduos ricos, todavia avarentos, que preferem viver na promiscuidade e miséria para não gastarem uns poucos de euros , não passam de escravos do “deus” Mamom, sendo em última análise dignos de comiseração.
Quanto aos que, dominados pela ambição desmedida, exploram e aniquilam o próximo, os tais suscitam-nos repulsa e indignação.
Muitos acreditam que o simples facto de alguém ser abastado é, por si só, garantia de felicidade, imaginando que o dinheiro tudo compra, inclusive o Céu... Como estão equivocados!
Lemos há algumas dezenas de anos num periódico, cujo nome olvidámos, estas palavras: “Com o dinheiro podemos comprar a cama, mas não o sono; o livro, mas não a inteligência; a comida, mas não a beleza; o divertimento, mas não a felicidade; o crucifixo, mas não a salvação; um lugar na igreja, mas não um lugar no Céu.”
É bem verdade que, à luz do ensino bíblico, o dinheiro poderá ser um passaporte para toda a parte excepto para o Céu. A vida eterna, a salvação divina (que o Senhor oferece à humanidade perdida) não se compra, não se conquista, não se herda: é fruto da graça divina.
Declara S. Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.”(6) A Epístola aos Romanos exara: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”(7)
A salvação é uma dádiva, um dom do Criador, e os dons de Deus não se alcançam por dinheiro. Ripostou o apóstolo Pedro a quem lhe oferecia dinheiro para adquirir um dom divino: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro (...). Arrepende-te pois dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração.” (8)
Qualquer que seja a sua condição social ou moral, o prezado leitor poderá receber graciosamente a preciosa salvação, a vida divina, a felicidade eterna que custou a vida do Senhor Jesus na cruz do Calvário. Para isso necessita converter-se a Cristo; precisa arrepender-se dos seus pecados, confessá-los a Deus e crer, de coração, na pessoa e obra expiatória de Cristo.
Fernando Martinez
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(1) Ou “ao dinheiro”, como consta na tradução da Difusora Bíblica (Missionários Capuchinhos).
(2) 1Tm 6:10. (3) Ec 5:10. (4) 1Tm 6:6-9. (5) O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, por Russell N. Champlin, Vol. V, pg. 355, 2ª impressão, Junho/980. Milenium. São Paulo, Brasil. (6) Ef 2:8,9. (7) Rm 6:23.
(8) At 8:20,22.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
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