A psicóloga Elizabeth Bifano dá algumas dicas de convivência entre genros, noras e sogros
Depois de todo o estresse pré-casamento...enfim sós. Será? Muitos casais começam a vida a dois sem conseguir impedir o envolvimento dos pais e, quando isto acontece, invariavelmente a palavra "sogra(o)" toma ares não tão amáveis. A psicóloga Elisabeth Bifano, co-fundadora do ministério Oikos, explica aos casais como lidar com essa difícil situação.
Por que lidar com as sogras é mais difícil do que com os sogros? Psic. Elizabete Bifano - Guardada as devidas proporções, pois há sogros bastante difíceis de se conviver, podemos dizer que isto acontece com as sogras porque as mulheres tem muito mais dificuldade de cortar o cordão umbilical dos filhos, deixá-los viver suas próprias vidas, se tornar independentes delas.
Via de regra, vêem nas noras e genros uma ameaça, visto que os filhos se casam e vão embora.
Além disso, como geralmente acontece com as pessoas mais velhas, que tem muita experiência de vida e sabem de tudo, as sogras acham que devem ensinar o casal em tudo.
Se analisarmos mais profundamente a questão, podemos dizer que o casamento torna os filhos adultos, evidenciando que cresceram e não precisam da mãe e elas sentem muito esse afastamento - como se perdessem sua principal função, ser mãe.
Quais as conseqüências da interferência de uma sogra? Psic. Elizabete Bifano - Mágoa, raiva, afastamento, anulação, brigas entre o casal e com a sogra.
Já vi todos estes casos. A mágoa e a raiva aparecem por causa da intromissão, pois ninguém gosta que fiquem dando palpites em sua vida. Em decorrência da mágoa ou raiva, o genro ou nora se afasta da sogra e, geralmente, o cônjuge se afasta da mãe também, ou, quando resolve ficar do lado da mãe o afastamento e as brigas se dão entre o casal.
Já vi acontecer também do genro, nora ou até mesmo o casal, se anular como pessoa para dar lugar à sogra. Uma vez que não conseguem mantê-la afastada e para evitar brigas, se anulam. Isto tem um resultado devastador na vida do casal que age assim.
Enquanto o casal está apenas namorando, ainda há a possibilidade desse namoro não ir adiante, mas com o casamento, aí é que a situação piora.
Podemos dizer que a interferência e a presença exagerada da sogra na vida de um casal só traz resultados negativos.
O casal que se casa, quer casa, quer cuidar de sua casa. Precisa de privacidade, precisa aprender a caminhar sozinho, resolver os próprios problemas, criar seus filhos a sua maneira, pagar suas contas. Se a sogra, ou os sogros, interferem nestas coisas, não deixa o casal crescer, amadurecer e as conseqüências dessas atitudes irão recair sobre eles mesmos e sobre seus filhos, criando um ciclo de co-dependência.
Por que elas têm uma imagem tão ruim? Psic. Elizabete Bifano - Não foram elas mesmas que deram vulto a essa imagem? É muito comum sabermos de sogras que causam problemas. Este fato vai gerando esta imagem. Não são as pessoas que inventam, não é um mito criado, é realidade, infelizmente.
Como a Bíblia retrata as sogras? Psic. Elizabete Bifano - Como pessoas abençoadoras. Vejamos os exemplos de Noemi e Loide. Rute amava tanto sua sogra, Noemi, que se recusou a deixá-la sozinha (Rt 1.15-18). Noemi deve ter sido uma sogra boa, amorosa, cuidadosa, que tratava as noras como a filhas (Rt 1.11,12).
Quando leio a história de Noemi, no livro de Rute, sempre tenho a impressão de que ela foi uma sogra sábia, amorosa e bondosa.
Loide também é um belo exemplo. Ela morava com sua filha, Eunice (que era casada com um homem grego) e o neto, Timóteo. A presença de Loide, com uma fé genuína em Deus, marcou de uma maneira tão positiva a vida de Timóteo que Paulo fez menção a ela (II Tm 1.5). O lugar da sogra na casa, nos tempos bíblicos, era um lugar de bênção e serviço, como no caso da sogra de Pedro (Mt 8.15).
É bastante interessante lembrar que quando Paulo dá instruções para os papéis e comportamentos familiares, no capítulo 6 de Efésios, não cita os sogros. Antes, no capítulo 5, ela fala só da submissão mútua. É interessante porque era bem comum a presença da sogra nas casas. Isto quer dizer que o governo da casa está sob a responsabilidade é do casal mesmo.
Ninguém é igual a ninguém, todas as pessoas têm defeitos e qualidades que as fazem únicas de tal forma que cada um de nós tem todo um conjunto de linguagem emocional e uma forma de lidar com a sociedade que é só nossa. Isso faz de cada um de nós uma pessoa única. O problema disso é que cada um tenta impor seu jeito individual de ser aos demais criando uma grande dificuldade de comunicação que traz dor e sofrimento para nós e para os que mais amamos.
Ninguém pode viver sozinho, precisamos uns dos outros para sermos felizes; e Deus sabendo disso nos dá a receita para nos relacionarmo-nos de forma saudável uns com os outros produzido alegria e contentamento para nós e para outros.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
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